Em um único dia em Buenos Aires caminhamos bastante e conhecemos praticamente todas as atrações turísticas da cidade. Além de visitar a Recoleta, o bairro do Boca, Obelisco, Casa Rosada e Puerto Madero, ficamos hospedados em um albergue muito próximo ao centro comercial de Buenos Aires a Calle Florida, rua com muitas lojas que permanecem abertas até por volta das 20:00 horas da noite. Buenos Aires é uma capital distinta de todas as que já conhecemos na América do Sul. Com seus monumentos, prédios e comércio característicos, Buenos Aires se transforma em um prato cheio para os compradores compulsivos, principalmente nesta época em que com 1 real temos 2,20 pesos argentinos.

Obelisco em Buenos Aires

Obelisco

Começamos o dia 27 de dezembro procurando por habitações. Desembarcamos no aeroporto internacional de Ezeiza ás 8 horas da manhã depois de um vôo muito turbulento pela TAM Airlines. Realmente foi difícil suportar a pressão nos ouvidos e as turbulências deste vôo, tanto foi que o serviço de bordo foi suspenso por duas vezes, sendo que na segunda foi suspenso definitivamente. Pois bem, a partir daí começa uma “odisséia” para nós. Éramos dois, meu amigo Diogo Jobane, e eu, no aeroporto de Ezeiza, aguardando nossas bagagens. A minha chegou rápido, uma mala grande e “roja“, mas a do meu companheiro já não chegou com tanta velocidade. Para ser mais exato ela só chegou a Ezeiza dois dias depois de nós, mais já estavamos a mais de 1000 kilômetros de Buenos Aires.

Pois bem, protocolado o extravio no guichê da TAM (que por sinal simplesmente cumpriu um rígido protocolo sem mais delongas), buscamos por câmbio argentino, encontrando ali mesmo no Banco de La Nacion, com a cotação de 2 pesos para cada real. Com o cambio nos favorecendo, troquei alguns reais e partimos para a busca de uma condução até o mini-centro de Buenos Aires. O custo ficou em 100 pesos argentinos. É válido lembrar que Ezeiza fica a mais de 40 kilometros do centro de B.Aires. Como não possuíamos reserva alguma partimos em busca de “habitaciones“.

Logo na Calle Florida encontramos alguns albergues, a preços não tão favoráveis e todos lotados (com muitos brasileiros). Sendo assim partimos para as ruas que cortam o boulevar de calle florida e muito rápido encontramos, ali na calle Tucumán, o que viria a ser nosso albergue por um dia em Buenos Aires, o hostel Colonial. O endereço e telefones são: (5411) 4312-6417 – (5411) 4314-8514. Pagamos 38 pesos (cerca de 18 reais por pessoa) pela diária em um quarto coletivo com banheiro compartilhado com café da manha. Existem habitações para casais a um preço diferenciado e vale muito a pena dar uma conferida nas instalações antes de fazer o checkin. Vale lembrar também que o hostel tem wi-fi livre e dois computadores para uso. O que achei o melhor também foi existir água por conta. Isso é algo que levo muito em conta ao escolher um albuergue, quanto mais opções gratuitas ele te oferece, maior é sua economia, ou seja, passamos 2 dias sem precisar comprar água (tá certo, é barato, mais no fim das contas você vai ver que vale a pena). O albuergue fica muito bem posicionado em um local com restaurantes, subway/fastfoods, lojas e um centro de insumos de informática (que estão na faixa de preços do Brasil).

Hostel Colonial em Buenos Aires

Hostel Colonial

Respira-se um ar europeu na cidade portenha. as majestosas construções edificadas por todo o centro de Buenos Aires transparecem a realidade da colonização italiana e portuguesa predominante na região. O obelisco, o teatro municipal em reforma, a casa rosada, todos os aspectos característicos de Buenos Aires nos arrebata para a realidade dos hermanos. Em meio a tudo isso nota-se claramente a garra do povo argentino, lutando pelo pão de cada dia da forma que mais lhes convém. Existem os comerciantes natos, a indústria transparente da prostituição, a dominação chinesa na típica “parrillada argentina” com seus intermináveis “tenedores libres”, o comércio de couros, a indústria da falsificação das camisas de futebol, os fastfoods economicos com as milanesas típicas. Buenos Aires é uma infinidade de cultura latina.

Parillada em Buenos Aires

Parillada Argentina

Visitamos a Recoleta e todos esses outros pontos turísticos mencionados anteriormente a pé. É claro que os táxis são econômicos, mas não há preço em se caminhar com calma pelas maravilhosas ruas de Buenos Aires, conversando sempre que possível com os portenhos que encontrar pelo caminho, questionando pelas localizações, descobrindo uma nova cultura de uma cidade tão “incrible” como é a capital federal da Argentina.

Tumulo de Evita em Buenos Aires

Tumulo de Evita Peron

Após descançar por um dia em Buenos Aires, e aguardar por alguma novidade (sem sucesso) da mala extraviada, nos dirigimos ao terminal de ônibus de Buenos Aires, em busca de uma passagem para Mendoza, nosso próximo destino. Mendoza é uma cidade conhecida por sua localização próxima ao cerro Aconcágua, na cordilheira dos Andes, além disso é o coração da cultura do vinho existente na Argentina. Os melhores vinhos são produzidos ali o ano todo. Fica localizada a mais de 1.000 km da capital e a viagem durou uma média de 17 horas de duração. Todos os ônibus da Argentina que se deslocam por distâncias largas assim possuem acentos semi-cama/cama executiva por um custo até que bem acessível. Em alguns trechos fica evidente a economia (tanto de tempo quanto de dinheiro) em se deslocar voando com uma cia aérea local. As distancias são muito largas e os ônibus muito lentos! Posteriormente publicaremos as dicas para se economizar voando em trechos estratégicos pelas cias aéreas Austral/Aerolineas Argentinas, e bem como com a chilena LAN.

No estadio do Boca Dalé Boca!

Eu no estadio do Boca Juniors

Resumindo, podemos destacar como pontos fundamentais de um roteiro de um ou dois dias em Buenos Aires os seguintes lugares:

  • Obelisco, Casa Rosada e City Tour no Mini-Centro de Buenos Aires;
  • Visitar o estádio do Boca Junior e comer uma parillada argentina no setor do Boca;
  • Visitar o cemitério da Recoleta;
  • Compras na Calle Florida;
  • Visitar as pubs e boates por toda acidade e no setor Palermo;
  • Conhecer mais sobre a cultura e tradição argentina;
  • Dançar tango, ir aos teatros e museus de Buenos Aires dentre outras várias programações.

Cantores em Buenos Aires

Cantores pelas ruas de Buenos Aires

Sendo assim, podemos descrever agora uma síntese do roteiro dessa viagem. Desembarcamos em Buenos Aires pela manhã, onde ficamos um dia (domingo) e seguimos no dia seguinte a tarde para Mendoza. De Mendoza compramos a passagem para Viña del Mar (Chile), onde experimentamos o melhor reveillon de nossas vidas. De lá partimos para Santiago de onde voamos para a cidade de Punta Arenas, no extremo sul do Chile. Dois dias em Punta Arenas para os pinguins e as compras na zona franca local, seguimos para um full day tour em Torres del Paine, próximo a cidade de Puerto Natalles. De lá cruzamos a fronteira novamente para dois dias em El Calafate, para mirarmos o Glaciar Perito Moreno, no Parque Nacional Los Glaciares e conhecer a maravilhosa cidade de Calafate. A partir daí iniciamos nossa volta a Buenos Aires, nos deslocando a Rio Gallegos e então Comodoro Rivadavia. De lá voamos para Buenos Aires onde aproveitamos um último dia de compras antes de voltarmos a São Paulo. Foram 15 dias intensos que tentarei compartilhar nos mínimos detalhes todas as experiências vividas aqui no blog boa viagem.

A milanesa de Buenos Aires

A milanesa de Buenos Aires

Tumulo de Evita em
Autor
Luiz Jr. Fernandes
Luiz Jr. Fernandes
Sou um analista de sistemas, fotógrafo, autor deste blog e viajante profissional. Já conheci mais de 70 países em todos os continentes do mundo. As minhas matérias são 100% exclusivas, inspiradas em experiências reais adquiridas nos destinos que visito. Obrigado por ler e acompanhar o meu trabalho.
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12 comentários publicados
    1. Roberta!! Muito obrigado pela visita e espero que volte sempre!

      Sempre que posso também passo lá pelo Giro pela Toscana e gosto muito do conteúdo que você compartilha com todos por lá!

      Abração e volte sempre!

  1. Nossa esse roteiro me salvou, estou de viagem marcada e não tinha planejado nada…uffa agora melhorou. Valeu

  2. Olá Luiz Jr, tudo bem?

    Muito legal o seu blog de viagem. E muito bacana o post sobre Buenos Aires.

    Queria tirar uma dúvida com você.

    Estou indo para Bas e vou ficar lá por 4 dias com + 3 amigos.

    Quanto à moeda para se levar, o que você sugeriria?

    Irei viajar daqui a 4 meses. Estou na dúvida se compro dólares por aqui (tenho uma amiga que possui alguns e poderia me vender), e se levo reais para trocar no aeroporto no Banco de La nacion, pois dizem que a cotação lá é muito boa.

    Sabe me dizer se aquele cartão Visa travel Money é bem aceito por lá?

    O que você me sugere como o ideal para levar, visto que já esteve por lá.

    Obrigada.

    Um abraço.

    1. Olá Fernanda! Obrigado por sua visita e principalmente pelo comentário! Em Buenos Aires eu recomendaria que você levasse reais e cartão de crédito/débito! Seria legal também ter uma reserva em moeda forte, tal como euro ou dólar e assim ir trocando por pesos na medida do necessário.

      Outra recomendação é fazer a conversão de sua moeda em pesos no aeroporto, no Banco de La Nación, que fica exatamente após o desembarque (em Ezeiza).

      O VTM também é muito aceito, mas tudo depende do seu comportamento e do orçamento da sua viagem. Se vai gastar menos de U$ 1.000, então recomendo levar em espécie mesmo, já valores maiores do que isso podem ser portados perfeitamente no VTM.

      Como você pode ver, eu sempre gosto de ter o máximo de opções possíveis, sempre considerando a consciência dos gastos que você vai ter por lá e principalmente de olho no seu orçamento, ninguém gosta de ter surpresas em viagens…

      Um abração e BOA VIAGEM 😉

  3. Obrigada pelo retorno e atenção, Luiz.

    Como vou ficar pouco tempo e nao pretendo fazer compras exageradas, vou levar um pouco de dólares e reais para trocar no Banco da Nacion, e o cartão de crédito para eventuais despesas. Não tenho o VTM, então acho que por enquanto não vou mexer com ele não rsrs Como voê disse, é mais indicado para valores maiores, né? Para nao ficar andando com muito dinheiro ‘vivo’.

    Estou com uma outra dúvida, se puder me ajudar:

    Quanto aos Free Shops, como funcionam? Digo em relação a fiscalização, essas coisas? Sou de BH e meu voo na ida tem escala no Galeão/RJ depois em Ezeiza, e na volta venho pelo Aeroparque, escala no RJ, depois para Confins/BH.

    Neste caso, é recomendado eu ‘passear’ pelo Free do Galeão? Dizem ter de ser o último de nossa parada vindo para o Brasil, é isto?

    Quanto a perfumes e bebidas, o preço em Buenos Aires é atrativo para estes itens? Se eu comprar na própria Bas, dentro do limite estabelecido de U$500,00, posso embarcar com estes itens de volta para o Brasil tranquilamente?

    Não sei se ficaram claras minhas dúvidas, rsrs

    Obrigada mais uma vez 🙂

    1. Olá Fernanda! Mto obrigado mais uma vez pelo seu comentário! Estamos aqui para isso mesmo!

      Veja bem…, eu recomendaria que você levasse o VTM caso resolvesse sair do país garantida com mais de U$ 2.000. Eu sempre gosto de levar vários tipos de renda, que me garantam no lugar sem perrengues! Na realidade eu odeio depender dos ATMs fora do país. Primeiro por conta das taxas e segundo por sempre que eu preciso, eles nunca me atendem, ou me dão menos dinheiro do que preciso e por vários outros problemas que já passei com eles. Então é por isso que sempre mesclo dinheiro em espécie (moeda forte) com os cartões de crédito e débito, deixando o VTM para reservas maiores.

      Sobre os Free Shops: você é livre para comprar dentro da cota dos U$ 500. Ninguém vai te impedir de gastar mais do que isso. O problema é sempre a chegada no Brasil, pois a Receita pode escolher sua bagagem para ser vistoriada e caso existam vários ítens de um mesmo produto, ou ainda ítens que devam ser declarados (ítens caros…), então você vai acabar pagando a multa e sendo obrigada a declarar os produtos.

      Buenos Aires pode ser um destino com preços mais acessíveis na rua do que dentro do Duty Free. Caso encontre algo econômico na vinda, então eu recomendo que você efetive a compra, pois o Duty Free de Ezeiza é maior que o do Aeroparque. Acho que é isso! Tente sempre comprar ítens mais variados, tal como perfumes, não vá entrar no Brasil com 10 ou 20 ítens iguais pois isso vai caracterizar comércio, e aí já viu…

      Vá tranquila, faça as compras que quiser e volte para contar a sua experiência aqui no Boa Viagem! Abração!!

      1. Olá Luiz.

        Com certeza voltarei e darei meu depoimento sobre a viagem, que tenho certeza de que será ótima!

        Suas orientações são muito úteis e pretendo seguí-las.

        Obrigada e um abraço.

  4. Ola! Irei a buenos aires em 20 dias. E visitarei alguns pontos que são basicos para uma primeira visita à Buenos Aires. Entretanto, queria separar 1 a 2 dias para fugir do básico e tradicional, gostaria de visitar locais os quais eu pudesse vivenciar o cotidiano da cidade, ou seja, lugares visitados por nativos, visitar manifestações artisticas culturais, politicas, sociais locais. Ou seja, fugir um pouco do roteiro padrão turistico. O que me sugere?

  5. Vou de ônibus para Buenos Aires, onde passarei 2 dias em hotel 2 estrelas, e a Santiago onde também vou ficar 2 dias. Quanto você calcula que sera o meu custo.

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