Estava lá todo tristão, em meu penúltimo dia no Arquipélago Fernando de Noronha, sem saber muito para onde ir ou o que fazer, em um dia que amanheceu quente e com céu aberto. Deitado em uma das redes do quintal de Dona Maria de Gouveia, eu analisava minhas condições de conhecer outros lugares que me faltaram ou de fazer alguma atividade que compensasse (desde que não poderia mergulhar mais nessa altura do campeonato), foi quando o maluco do Lombra Eterna surgiu do nada já mandando aprumar o corpo e questionando para onde iria, quais eram meus planos: ele precisava de ajuda.

Eu queria muito ir até as piscinas do Atalaia, mas não teria muito tempo disponível pois seria o dia da tradicional galinhada promovida pelo Zé Maria no Bar da Praia do Meio, começaria por volta das duas da tarde e era um evento grátis que eu não poderia perder – todos estavam me alertando dessa galinhada desde o dia que cheguei em Noronha e realmente deveria ser algo que valeria a pena (e acabei indo e esse tema é assunto de um próximo post).

O amigo Lombra estava ligado no 220 e não parava de questionar e mandar eu me aprontar para acompanhá-lo em uma caminhada pela Trilha dos Abreus e precisava da ajuda minha e de meu amigo Diogo que viajou comigo para Noronha – ele tinha um grupo com 10 mulheres para ir até as piscinas naturais e precisava da ajuda de ao menos 2 homens para acompanhá-lo e ajudar as meninas a propósito! Em contrapartida ele não cobrou o preço do tour guiado (que varia de R$ 50 a 70 por pessoa) e ainda fez questão de nos dar dicas, mostrar os melhores lugares e já estava sedento pela farra que iria começar logo após o nosso retorno até a Vila dos Remédios!

Trilha para as piscinas da Trilha dos Abreus
Trilha para as piscinas da Trilha dos Abreus

Esta é uma trilha muito fácil de ser executada, mas recomendo que seja feita em grupo (por ser mais divertido!!) e principalmente que o viajante tenha cuidado redobrado ao chegar até as piscinas devido a vários motivos: o mar pode estar nervoso, é preciso cuidado redobrado com os corais e consequentemente é uma trilha que fica completamente indisponível quando a maré está alta. Para encontrar o trieirinho de pedras, basta seguir por uma estrada de chão que fica nos fundos do aeroporto, pela estrada velha do Sueste.

O legal é que por ser uma trilha pouco divulgada, a todo momento é possível ter aquela sensação de liberdade misturada ao desbravamento de um novo pedaço de Fernando de Noronha. A caminhada até o primeiro mirante não demora muito e pode ser feita até por crianças – a trilha é realmente muito tranquila até esse ponto e vai ficando cada vez mais íngrime, conforme a aproximação das piscinas já na beira do mar.

Vista panorâmica das piscinas naturais
Vista panorâmica das piscinas naturais

Nesse ponto é necessário um pouco mais de esforço físico, mas nada fora dos padrões de normalidade para quem segue um estilo de vida saudável e tem o costume de praticar esportes. Compensa bastante o esforço ao chegar no mirante inicial, contemplar aquele pequeno trieiro no meio do mato seco, sempre aproveitando a brisa refrescante que vem do oceano. Foi exatamente nesse ponto que encontramos uma das mínimas fontes de água doce natural do arquipélago – um pequeno poço que bruta água do chão ao lado de uma gigantesca pedra é a única fonte natural de água que os animais podem encontrar nas redondezas.

Chegando na reta final da Trilha dos Abreus em Noronha
Chegando na reta final da Trilha dos Abreus em Noronha

A descida deve ser realizada com bastante cautela e bem devagar, pois é fácil escorregar e provocar qualquer acidente, principalmente pois a grande maioria dos turistas que visitam essa região costumam calçar chinelos e sandálias, mas o recomendável mesmo é que seja feita com botas ou calçados apropriados para trilhas. As meninas sentiram uma certa dificuldade e realmente foi preciso ajudá-las apoiando para não escorregarem na hora das descidas (valeu Lombra!!!)

Depois de vencer a trilha que desce até a praia formada por pedras, ainda foi necessário caminhar até uma outra ponta, nada mais do que 5 minutos de caminhada, e lá estávamos em uma das piscinas naturais mais belas que pude contemplar até então nesse pedacinho de Pernambuco no meio do Atlântico. E com calma fomos descobrindo que não existia apenas uma, mas eram várias piscinas que o mar fazia questão de preencher com água fresca a cada quebrada das ondas nas pedras.

Piscinas naturais em formações rochosas nos Abreus
Piscinas naturais em formações rochosas nos Abreus

Com profundidade e formato irregulares, as piscinas são perfeitas para quem deseja relaxar e se refrescar depois da caminhada que durou cerca de duas horas. Quando chegamos haviam apenas 2 pessoas em um grupo afastado do nosso e a sensação de liberdade foi geral, todo mundo fez questão de pular na piscina mais verdinha que encontramos e a diversão tomou conta da geral! Parecíamos mais um grupo de pirralhos se divertindo em uma piscina infantil com água bem morninha! Foi demais!

Banho refrescante em uma das piscinas dos Abreus
Banho refrescante em uma das piscinas dos Abreus

Ficamos por volta de uma hora tomando sol e mergulhando nas águas cristalinas das piscinas naturais da Trilha dos Abreus. Depois disso recolhemos as nossas roupas e nos aprontamos para fazer a caminhada de volta (foi importante secar bem os pés e chinelos para evitar as escorregadas). Voltamos até a Vila dos Remédios já quase na hora que começaria a Galinhada do Zé Maria, que você vai conferir na próxima matéria do Blog Boa Viagem sobre Noronha (também vamos falar do dia anterior a esse em que pude contemplar o sol morrendo atrás do Pico Dois Irmãos, matéria iraaada!) Enquanto isso para contemplar melhor as paisagens registradas, recomendo o link a seguir com a galeria de fotos da Trilha das piscinas dos Abreus em Fernando de Noronha! Já fez esse passeio? Valeu a pena? Curtiu bastante? Ainda não fez? De qualquer forma fica o convite para que deixe um comentário na caixinha que vem logo a seguir compartilhando as suas sensações enquanto lia esta matéria!

Autor
Luiz Jr. Fernandes
Luiz Jr. Fernandes
Sou um analista de sistemas, fotógrafo, autor deste blog e viajante profissional. Já conheci mais de 70 países em todos os continentes do mundo. As minhas matérias são 100% exclusivas, inspiradas em experiências reais adquiridas nos destinos que visito. Obrigado por ler e acompanhar o meu trabalho.
1 comentário publicado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *