Meus primeiros contatos com hospedagens verdadeiramente econômicas aconteceram na viagem feita pela Colômbia e América Central. Até então tinha muito receio de sair de meu país e encontrar preços exorbitantemente mais elevados dos que os praticados por aqui. Sim, eu estava redondamente enganado. Em um primeiro momento não acreditava que realmente seria uma boa dividir a hospedagem com desconhecidos, como ficar em um quarto com doze camas com banheiros compartilhados em um lugar que eu nunca visitei em minha vida! Isso era terrível, pois já havia vivido experiências muito parecidas aqui no Brasil. Ainda na minha adolescência experimentei pela primeira vez essa sensação. Quando passei no vestibular fui morar em uma cidade próxima de Goiânia, chamada Anápolis. Como não consegui um lugar só para mim (um apartamento ou ainda um quarto só meu), acabei indo parar em uma pensão e vivi por 6 meses em um quarto compartilhado com uma pessoa de outro estado, que até então não era meu amigo, não sabia sequer seu nome, mas que se apresentava como um exemplo de superação a ser vivido. Hoje consigo compreender o quão importante foi aquela experiência. Me ensinou a ter liberdade em um ambiente compartilhado com pessoas estranhas, me fez sentir em casa em lugares que não são tão residenciais quanto meu lar. Essa era uma experiência que iniciava a minha preparação para conhecer todos os países do planeta (assim como desejo tanto).

É interessante analisar um fato como esses (que aconteceu cerca de 10 anos atrás). Como evolui e consegui aprender a compartilhar até os lugares mais íntimos, como um banheiro, ou a cama de cima da minha beliche. Até então não conseguia me ver dormindo em uma cama diferente da minha, mas saí de Anápolis pronto para fazer minhas viagens internacionais, me hospedando em lugares economicamente acessíveis e aprendendo a fazer amizades sólidas com desconhecidos que estão vivenciando aprendizados de vida parecidos com os meus. Era minha introdução ao alberguismo.

Depois que comecei a viajar pelas Américas, creio que nunca mais consegui dormir em um lugar que o nome começasse por hotel. É verdade meus amigos, sempre que vou fazer minhas pesquisas de preços para ficar hospedado em qualquer país do mundo que seja, eu começo pelos hostels, guesthouses, albergues ou qualquer nome dado a lugares em que o espírito motivacional seja único: o compartilhamento. E quem já passou bons momentos em albergues sabe bem do que estou falando.

O primeiro hostel (depois do de Anápolis) que me hospedei foi na cidade de Bogotá. Interessante mesmo foi vivenciar o que todos diziam: hospede-se em albergues, compartilhe seu quarto, faça amigos para sempre, aprenda outras línguas, encare novas experiências e seja uma pessoa melhor. Hoje possso concordar com a certeza desse fato – não preciso de um quarto só para mim se estou fora de meu país (e até mesmo dentro dele)! Pelo contrário, quero conhecer sempre gente nova, de outras nacionalidades, fazer amigos de todos os países do mundo e ter a certeza que aprendi mais da vida com cada um deles, ao ângulo de visão deles! E depois de passar por Colômbia (Bogotá e Cartagena) e Panamá (Cidade do Panamá, San Blas e Bocas) eu estava preparado para dois dias no albergue mais badalado de Puerto Viejo de Talamanca na Costa Rica, o Rocking J’s

Albergue em Puerto Viejo Costa Rica
Quarto do albergue em Puerto Viejo

Um lugar muito diferente dos albergues que já havia visitado. Totalmente alternativo e altamente não recomendado para pessoas que tenham pavor de viajantes loucos, totalmente comprenetrados ao intuito de desfrutar da vida ao máximo. Se você não gosta de festas, de se relacionar com novas pessoas de diferentes nacionalidades, não suporta bebida alcoólica e pessoas vivendo diariamente a PURA VIDA então não venha para esse lugar, pois as noites costumam acabar como na foto a seguir.

Puerto Viejo - Shots grátis e música ao vivo
Fim de noite no albergue de Puerto Viejo – Shots grátis e música ao vivo

Pode até parecer brincadeira, mas a foto a seguir é a do hall de entrada do albergue, com recomendações bem declaradas e mais que necessárias a certos hóspedes que tramitam no local. Também é comum as pessoas passarem por lá e deixar mensagens animadoras nas paredes dos quartos, e isso motiva a galera a ter uma criatividade de outro mundo. É um lugar totalmente alternativo como pode ser visto na foto do quarto do albergue, sem contar que os fundos do quarto dão vista para o mar. Você já sai do albergue com o pé na praia.

albergue na Costa Rica
Hall de entrada do albergue e quarto alternativo em albergue na Costa Rica

Agora veja bem, prezado leitor, o que esperar de um albergue que no hall de entrada tem inscrito os alertas da foto a seguir?


O que esperar de um lugar com mensagens assim?

Os comentários eu vou deixar para que vocês os façam lá no fim do post! Realmente a Costa Rica é um lugar alternativo e por ali vão viajantes influenciados pelo espírito da “Pura Vida“. Cada pessoa encara isso de uma forma, tem aqueles que vêem nessa expressão a abstração máxima do aproveitamento desse momento passageiro que chamamos de vida habitando o planeta Terra. Já para outras, “Pura Vida” está diretamente vínculado com praias, festas, mulheres, bebidas, drogas e diversão. Cabe a cada um que visita esse país conseguir compreender o que de fato representa esse aspecto máximo de liberdade pessoal e conseguir adaptá-lo para funcionar na segunda-feira dentro do seu escritório 😉

Agora uma pergunta rápida! Qual a forma mais barata para se hospedar em Puerto Viejo? A resposta já está na foto a seguir!


O modo mais econômico de se hospedar em Puerto Viejo

Conhecer Puerto Viejo foi uma experiência sensacional, indescritível e extraordinária. Não devo economizar adjetivos para tentar humildemente transcrever o que penso desse lugar em meros parágrafos intercalados com fotos. A Costa Rica como um todo em sí é fenômenal. Com certeza na primeira oportunidade quero regressar para conseguir tirar á prova se de fato consegui compreender como adaptar para minha rotina o espírito alternativo de levar os dias embasado na expressão “Pura Vida“.


Visão geral do albergue de Puerto Viejo

Depois desses quatro dias em Puerto Viejo, seguimos viagem cortando a América Central desde o Panamá até El Salvador e meu próximo destino foi a capital San José. Entrei em um dia e saí no seguinte, e só não saí no mesmo dia pois não havia ônibus que me levasse para a fronteira com a Nicaragua. San José não me deixou boas impressões e não pretendo voltar lá a não ser que seja para desembarcar no aeroporto internacional do país e descer para conhecer melhor as praias do sul do país. Não tenho muito a falar sobre essa cidade pois só descansei e planejei meus caminhos nos próximos dias dessa viagem alucinante. Meu próximo destino já tinha nome, se chamava San Juan Del Sur. Nos próximos capítulos vocês vão conhecer as minhas primeiras impressões sobre a Nicarágua, San Juan e a ilha de Ometepe em uma série de três matérias! Não deixe de acompanhar as próximas postagens! Muito mais da América Central, Estados Unidos e Miami, Brasil e muito mais!

Autor
Luiz Jr. Fernandes
Luiz Jr. Fernandes
Sou um analista de sistemas, fotógrafo, autor deste blog e viajante profissional. Já conheci mais de 70 países em todos os continentes do mundo. As minhas matérias são 100% exclusivas, inspiradas em experiências reais adquiridas nos destinos que visito. Obrigado por ler e acompanhar o meu trabalho.
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